Veja como ficou o desempenho do novo Honda Fit



Agressividade é a palavra que melhor define o novo Honda Fit. Visualmente, não é preciso fazer qualquer esforço para perceber que as linhas da terceira geração do monovolume, que estreia no dia 5 de maio nas concessionárias do país, com preços entre R$ 49.900 e R$ 65.900, estão mais invocadas. A carinha simpática saiu de cena para dar espaço para um tom nervoso, com toque de esportividade, que promete cativar o público masculino sem deixar de encantar as mulheres.

Para elas, o apelo agressivo se traduz em aumento de espaço. O modelo que sempre impressionou por conseguir levar tudo e mais um pouco em seu interior está ainda mais competente nesse quesito graças ao acréscimo de três centímetros na distância entre-eixos, dos 9,7 cm extras no comprimento da carroceria e na ampliação da área livre para pernas e ombros. Maior e mais bonito, com direito a lanternas e faróis novos, o carro tende a ser um sucesso de vendas. Ao menos nos planos da fabricante, que também se mostra agressiva com a meta de 50 mil emplacamentos no primeiro ano de vida da novidade. A confiança da Honda é tanta que já está acertada a extensão da produção do Fit, atualmente na fábrica de Sumaré (SP), para a unidade de Itirapina (SP), a ser inaugurada em 2015.
HONDA FIT EXL 

Confira a tabela de preços do novo FitNovo Honda Fit DX manual - R$ 49.900
Novo Honda Fit DX CVT - R$ 54.500
Novo Honda Fit LX manual - R$ 54.200
Novo Honda Fit LX CVT - R$ 58.800
Novo Honda Fit EX CVT - R$ 62.900
Novo Honda Fit EXL CVT - R$ 65.900


A ofensiva dos japoneses para deslanchar de maneira ainda mais expressiva no segmento dos monovolumes (até março, o Fit deteve quase 41,9% do ranking com 8.915 unidades vendidas) também está ancorada em atualizações mecânicas. O câmbio manual de cinco velocidades, que deve concentrar apenas 20% do mix de vendas, ganhou novas relações de marcha. A primeira ficou 5% mais curta e a quinta, 5% mais longa para aprimorar a agilidade e o baixo consumo, respectivamente. Já a caixa automática de cinco marchas saiu de cena. Em seu lugar entrou a CVT, de relações continuamente variáveis, 16% mais leve que a aposentada e muito melhor em termos de desempenho e economia de combustível.

No quesito motorização, a ressalva vai para o fim da opção 1.4 flex. Todas as versões agora trazem sob o capô o propulsor 1.5 16V bicombustível de até 116 cv e 15,3 kgfm, com etanol. Lembra do tanquinho de partida a frio? Ele também deu adeus ao Fit, que passa a dispor do sistema Flex One (semelhante ao do Civic), responsável por aquecer o combustível nos bicos injetores quando necessário.
HONDA FIT EXL (FOTO: FABIO ARO/AUTOESPORTE)

As novidades do Fit se estendem para o chassi, suspensões e sistema de freios, sem falar do painel e dos bancos redesenhados. Tudo muito bem-vindo e esperado em um carro que não é barato. Os novos preços, aliás, foram divulgados ainda em abril para não assustar tanto na estreia do carro: R$ 49.900 para a versão DX manual, R$ 54.200 (LX manual), R$ 54.500 (DX com câmbio CVT), R$ 58.800 (LX CVT), R$ 62.900 (EX CVT) e R$ 65.900 para a EXL CVT, que ilustram as fotos deste teste.
GALERIA DE FOTOS



Para as configurações DX, LX e EX do Fit, a Honda reservou um painel menos rebuscado. O nível de acabamento não é ruim, mas o quadro de instrumentos é simples, tem iluminação alaranjada e volante sem tanto capricho, além de sistema de som básico. Para a topo de linha EXL, o visual é caprichoso. Os mostradores ficam azuis à noite e as informações do computador de bordo ficam concentradas em um visor digital. Nas laterais do velocímetro, há ainda uma luz que funciona como econômetro. Ela muda de cor conforme a pressão no pedal do acelerador: verde quando se conduz de maneira econômica, azulada quando o motorista está exagerando.

HONDA FIT EXL 
A cabine da versão mais cara traz ainda volante multifuncional de série e som com tela de cinco polegadas. A central multimídia também é de fábrica na configuração EX, mas fica devendo o GPS. Ela exibe ainda as imagens da câmera de ré, disponíveis em três modos de visualização. Sensor de estacionamento, no entanto, só é oferecido como opcional.
Comparado ao antigo Fit, nota-se o reposicionamento dos comandos dos retrovisores elétricos. Eles saíram da parte esquerda do painel e foram para a lateral da porta, logo acima dos botões dos vidros elétricos. Esses, por sua vez, decepcionam por não contar com acionamento um toque, disponível somente para a janela do motorista.

Outra novidade no interior são os ajustes dos bancos, agora feitos por alavanca. A solução agradou, pois as antigas roldanas ficavam em um espaço muito apertado. Ponto para a ergonomia, que no geral se enquadra entre os aspectos fortes do novo Fit. O que não dá para aceitar, ao menos na versão top, avaliada por Autoesporte, é a carência de refinamento.

Ar-condicionado digital deveria fazer parte do pacote, assim como retrovisor interno fotocromático, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis. Os dois para-sol têm espelhinho (legal), mas ficam devendo iluminação. Luzinha que também faz falta no porta-luvas. Lembre-se de que estamos falando de um carro de praticamente R$ 66 mil.

Honda Fit EXL - Números de testeAceleração 0-100 km/h 10,9 s
Aceleração 0-400 m 17,9 s
Aceleração 0-1.000 m 32,2 s
Retomada 40-80 km/h 5,6 s
Retomada 60-100 km/h 6,4 s
Retomada 80-120 km/h 7,7 s
Frenagem a 100 km/h 40,4 s
Frenagem a 80 km/h 32,1 s
Frenagem a 60 km/h 15,1 s


Em ação o novo Fit merece muitos elogios, a começar pela facilidade de se ajustar na cabine. A empunhadura do volante seria ainda melhor se ele não fosse um pouco inclinado na direção do painel. Para quem aprecia esportividade, o ganho de 1 cm para baixo na regulagem de altura do banco do motorista caiu como uma luva. Ao pisar no acelerador, o condutor logo compreende o bom casamento do motor com o novo câmbio CVT. As respostas são ágeis e basta uma pisada mais vigorosa no pedal da direita para o velocímetro progredir com rapidez. Se o motorista selecionar o modo S, na alavanca da transmissão, o conta-giros saltará 1.500 rpm, dando maior arrojo para o monovolume em retomadas de velocidade, por exemplo.

A 120 km/h, o principal destaque é o baixo nível de ruídos do propulsor, algo que incomodava na geração anterior. Nessa velocidade o motor trabalha em 2.100 rpm e, na cabine, só é ouvido praticamente o barulho do vento passando pelos retrovisores. A direção elétrica, bastante direta, torna a condução mais prazerosa e transmite maior sensação de segurança. O mesmo se pode dizer das suspensões, que conferem estabilidade ao monovolume nas curvas e boa dose de conforto.

Versátil, o Fit agora passa a oferecer quatro tipos de rebatimento dos bancos – antes eram três. Por ser batizado de Jazz na Europa, utilizamos instrumentos musicais para rechear o carro – e como imaginado, coube tudo com ampla folga. Cinco adultos grandes na cabine? Podem ir tranquilos, o Fit dá conta do recado com sobras, ainda que Asdrúbal leve o trombone.

E o Fit com câmbio manual?

Em um pequeno trecho urbano em Florianópolis (SC), tivemos contato com a configuração LX (R$ 59.200) e as impressões ao volante foram quase tão boas quanto as experimentadas a bordo do Fit CVT. Apesar do pequeno curso da alavanca e da diminuta manopla, é um câmbio justo e bastante preciso e faz uma boa dupla com o motor 1.5 flex de 116 cv. Com esse conjunto mecânico, o novo Fit se mostrou mais esperto e silencioso que seu antecessor, por isso mesmo convida o motorista a arriscar uma boa esticada de marcha. Quando isso acontece, a palavra ECO exibida no painel apaga, indicando que o condutor irá gastar um pouquinho mais de combustível. O ronco do motor só começa a romper a barreira do isolamento acústico aos 2.600 giros – vale dizer que com o câmbio CVT ele ainda é mais silencioso e a direção, mais leve. 

O que falta à versão LX é um pouco mais de requinte interno. Apesar da montagem correta e da boa qualidade dos materiais, a presença do plástico rígido é extensa. Além disso, a escolha da luz alaranjada para o painel presente das versões DX e LX não foi lá muito feliz, especialmente em dias ensolarados. Quando a luz do sol incide diretamente sobre o quadro, fica difícil ler as informações, o que não ocorre nas versões EX e EXL, que ganharam um painel com iluminação azul. (Tereza Consiglio)



HONDA FIT EXL

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